Há alturas do ano em que o território ganha outro fôlego.
As serras mudam de cor, o ar torna-se mais leve, e as aldeias preparam-se para viver a época em que o tempo se mede por cheiros, sabores e passos lentos.
Mas esta não é uma paisagem imóvel.
Entre outubro e novembro, o território desperta: há música, caminhadas, festivais de gastronomia e oficinas que juntam mãos e histórias.
É o tempo das colheitas e dos encontros.
E é também o melhor momento para descobrir como o outono sabe, soa e se vive nas Aldeias do Xisto.
Sabores de Outono
Em qualquer aldeia, é pelo aroma que o outono se anuncia.
É o tempo das colheitas, das castanhas, do mel, das abóboras e dos mostos que anunciam o vinho que há de vir.
Nas hortas, amadurecem as últimas uvas e os primeiros cogumelos surgem entre as folhas caídas.
É nesta altura que o território se transforma num verdadeiro mapa gastronómico.
O Festival Gastronómico Sabores de Outono, na Lousã, o Festival do Bucho Recheado, em Pedrógão Grande, o Festival do Achigã, em Vila de Rei, o Fundão, Aqui Come-se Bem – Sabores de Outono, ou ainda a Feira dos Santos, do Mel e da Castanha, em Góis, são paragens obrigatórias para quem gosta de comer com alma.
Outros eventos, como a Mostra dos Frutos de Outono, em Oleiros, a Feira de Doçaria Conventual, em Figueiró dos Vinhos, e o Míscaros – Festival do Cogumelo, no Alcaide (Fundão), juntam sabores, produtos locais e comunidade, celebrando a diversidade gastronómica que dá identidade ao território.
Aqui, os produtos endógenos e sazonais ganham protagonismo. Do bucho à castanha, do achigã ao mel, da caça ao azeite. Reinterpretados por restaurantes e chefs locais com criatividade e respeito pela origem.
Nos restaurantes parceiros das Aldeias do Xisto, essa filosofia está à mesa todos os dias.
O Fiado, em Janeiro de Cima; o Museu da Chanfana, em Miranda do Corvo; o Callum e o Safra, em Oleiros; o Varanda do Casal, em Casal de São Simão; ou o João Brandão, na Aldeia das Dez, são exemplos de como a cozinha contemporânea pode continuar a falar a língua da terra.
Aqui, comer é descobrir o território em cada ingrediente.
Natureza e Desporto
Quando o calor abranda, a serra convida à descoberta.
É o momento ideal para sair dos caminhos óbvios e explorar trilhos onde o silêncio tem som e o tempo se dilata.
O outono é também a época dos grandes desafios.
O Ultra Trail e o Trilho do Neveiro levam centenas de atletas a cruzar montanhas e vales, enquanto caminhadas e percursos pedestres como a Subida aos Penedos de Fajão ou o ciclo de Passeios Pedestres em Proença-a-Nova, revelam uma paisagem que muda de cor a cada passo.
Mas há outras formas de viver o território.
Pode-se remar em silêncio na Barragem de Santa Luzia, subir uma via ferrata em Oleiros, ou pedalar por entre carvalhos e castanheiros dourados nas rotas Cyclin’ Portugal.
As Experiências Bookinxisto permitem fazê-lo sem pressa.
E mesmo para quem prefere apenas observar, o espetáculo é garantido.
Na Serra da Lousã, a brama dos veados ecoa pelos vales ao entardecer; mais a sul, a Mata da Margaraça, na Serra do Açor, transforma-se num dos quadros naturais mais impressionantes do país.
Cultura e Saber-Fazer
Se o outono tem um som, talvez seja o da roda de oleiro a girar na Cerdeira.
Ou o de uma canção partilhada no Ritmia Folk Fest, que se realiza pela primeira vez, de 17 a 19 de outubro, para unir música, dança e workshops num encontro de alegria e pertença.
E ecoa também em Figueiró dos Vinhos, com o ciclo “Figueiró na Senda das Tradições”, feito de exposição, visitas e palestras que trazem à luz ofícios e memórias.
A cultura nas Aldeias do Xisto é feita de gestos e matérias.
Na Cerdeira, o barro, o vidro e o fogo dão origem a novas formas de expressão nas oficinas de cerâmica e Raku, enquanto o xisto volta a ser trabalhado em construção de muros em pedra seca e em miniaturas que guardam a memória das aldeias.
Por todo o território, há experiências que abrem portas ao saber-fazer local. Da construção de casinhas de xisto ao figurado em cerâmica, passando pela iniciação à roda de oleiro.
Aqui, tradição e criação andam de mãos dadas.
Onde o tempo abranda
Quando o dia termina, o frio convida ao recolhimento.
O dia encurta, a brisa arrepiada chega cedo, e a serra abranda o passo. É neste cenário que o conforto ganha outro valor.
Com mais de 70 alojamentos parceiros, o território oferece refúgios para todos os ritmos: desde casas de aldeia com cheiro a lenha a hotéis de charme com vista sobre o vale.
Das Casas da Cerejinha ou da Casa do Rosmaninho ao Hotel Rural Quinta da Geia e à Quinta da Palmeira – Country House Retreat & Spa, há sempre um refúgio certo para o ritmo de outono.
Descubra todo o tipo de alojamentos em bookinxisto.com.
O tempo certo para estar
Nas Aldeias do Xisto, o outono é uma estação viva.
Entre sabores e trilhos, arte e silêncio, cada experiência é um convite a viver o território com tempo e atenção.
A paisagem muda. O ritmo abranda. E tudo o que é essencial acontece.





















