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1 milhão de euros para Valorizar as Aldeias do Xisto

1 milhão de euros para Valorizar as Aldeias do Xisto
aldeias e território
O contrato assinado no âmbito do programa Valorizar vai reabilitar estruturas afetadas pelos incêndios e incrementar os fatores de atração turística.

“Se a aldeia está viva é graças a vós”. Foi desta forma que a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, se dirigiu aos habitantes da Aldeia do Xisto de Álvaro, onde assistiu, no dia 28 de junho, à assinatura do contrato de apoio à valorização turística celebrado entre a ADXTUR- Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto e o Turismo de Portugal.

Atribuído no âmbito do programa Valorizar, o financiamento de um milhão de euros vai permitir “repor algumas estruturas” afetadas pelos incêndios, mas também promover atividades que gerem “mais atração”, referiu a governante.

À sua espera, Ana Mendes Godinho tinha a “Ti Gena”. É uma dos 40 habitantes da aldeia e rapidamente ganhou a atenção de todos os presentes, com quem partilhou de modo orgulhoso e nostálgico vários episódios e factos que povoam as memórias de Álvaro.

Foi nesta altura que a secretária de Estado teve uma surpresa: a sua família, por parte do marido, tem origens em Álvaro, tendo sido proprietária da agora conhecida como “Casa Mendonça”.

Durante a visita que a levou pelas ruas e pelas famosas capelas de Álvaro – “uma riqueza única” -, a governante pôde conhecer o edifício, onde fez questão de posar para uma fotografia. “Senti-me em casa”, disse mais tarde.

Para Ana Mendes Godinho, “este é um dia exemplar”. Por um lado, pela resiliência dos territórios, que a levam a concluir que “este nosso Interior é um exemplo no mundo, por se reinventar e dar a volta com base no que é único”.

Por outro, pela capacidade de trabalho em rede, da qual as Aldeias do Xisto são um exemplo. “É um projeto integrado que cria valor em várias partes e que incentiva a aprendizagem conjunta”, referiu.

Um facto que justifica que sejam um dos 35 projetos aprovados até ao momento e recebam uma boa fatia dos cinco milhões de euros destinados à reabilitação de territórios de baixa densidade afetados pelos incêndios.

Um contrato de “grande expressão”

O presidente da ADXTUR realçou a “grande expressão” que a assinatura deste contrato assume, pelo valor financeiro em causa, mas também pelo reforço do apoio a projetos que as Aldeias do Xisto pretendem incentivar “de forma mais profunda”.

“Álvaro foi uma das aldeias da Rede que mais destruição teve no seu interior, no que é a sua essência”, disse Paulo Fernandes, sublinhando desta forma o facto de ter sido o local escolhido para a assinatura do programa Valorizar que, a seu ver, “surge num contexto difícil”.

O responsável entende que é importante que os regulamentos sejam capazes de se adaptar a algumas especificidades. “O Estado, sem perder o princípio da equidade, tem condições de fazer, aqui ou acolá, alterações nos regulamentos, que facilitem os apoios necessários”, defendeu.

Para Paulo Fernandes, “cada vez mais, bens como esta aldeia têm um valor raro” e estão bem alinhados com as melhores tendências, espalhadas um pouco por todo o mundo.

O presidente da ADXTUR aponta o turismo de experiência, alicerçado no “saber fazer”, como um dos pontos fortes das Aldeias do Xisto e alternativo a “um mundo muito urbano”. Neste contexto, as artes e saberes ganham “mais força” e proporcionam experiências únicas e “verdadeiras”, contribuindo também para a construção do “cidadão do presente e do futuro”.

“Temos muito para partilhar”, garantiu, referindo a propósito o conceito “aldeia-escola”. “Em todas as aldeias existem projetos inovadores e experimentais” que podem ser partilhados com outras comunidades.

As comunidades assumem também um papel central nas Aldeias do Xisto e é em prol delas que o projeto se move. “Sem a comunidade de origem, o nosso projeto está condenado”, tendo em conta que assenta na relação entre quem está e quem vem.

O responsável chamou ainda a atenção para as potencialidades associadas ao Rio Zêzere e à Grande Rota do Zêzere, uma das “joias da coroa” das Aldeias do Xisto, que é necessário valorizar ainda mais.

O “reconhecimento institucional e oficial” das Aldeias do Xisto

Para o presidente do Turismo Centro de Portugal, este contrato representa “o reconhecimento institucional e oficial do Governo português de uma região, de um destino e de um produto, que são as Aldeias do Xisto”. Reconhecimento esse que, além de reforçar a marca Portugal, dá “consistência ao projeto que a ADXTUR tem vindo a desenvolver”.

Pedro Machado realçou ainda que é “um fator de diferenciação fantástico” para o que são os “novos turistas, com novas motivações, que querem novas experiências”.

Programa prevê intervenções em todas as aldeias

“Nas Aldeias do Xisto, há muito tempo que estamos habituados a olhar para a frente e não vivemos da memória do tempo passado. Focamo-nos em reabilitar aquilo que é o espírito e a atitude de vida nestas aldeias, que é um espírito robusto, resistente e capaz e, com base nisso, construir novos caminhos de futuro”.

É desta forma que o coordenador da ADXTUR, Rui Simão, se posiciona quando questionado se é, de facto, possível haver uma recuperação que garanta que o aconteceu não volta a acontecer. “A única forma é termos aldeias que estão mais preparadas e cientes do que são os riscos e a perigosidade do contexto em que vivem e, sobretudo, que estão mais preparadas para aproveitarem esta oportunidade para se transformarem e fazerem o caminho que, há muito tempo, muitas delas ambicionam”, completa.

Rui Simão explica que este projeto contempla ações nas 27 Aldeias do Xisto e nas 50 praias fluviais que integram a Rede.

“Nas aldeias que arderam até à porta, em 17 de junho, está prevista a reabilitação da relação com a envolvente e até a recuperação da floresta ancestral portuguesa”, detalha. Já nas aldeias afetadas nos incêndios de outubro e que arderam até ao interior está previsto “um apoio à reabilitação imobiliária do quadro público, ao nível da melhoria do contexto urbano e de acolhimento de visitantes”.

Nas aldeias onde não se registaram quaisquer danos, vai ser feito um “trabalho de redução de perigosidade, de ocupação dos solos envolventes com práticas que reabilitem a relação das aldeias com a terra”. A melhoria da rede WiFi e a instalação de kits de rádio com banda do cidadão em todas as praias fluviais serão também uma realidade.

Para o responsável, este contrato é “um passo largo e vai-nos ajudar a preparar uma resposta conjunta, agregada e que nos vai permitir atuar em todo o lado”, tendo em conta o que cada aldeia tem de mais singular.

Segundo Rui Simão, há operações em curso desde a altura dos incêndios, pelo que “já há muito trabalho feito”. No âmbito do Valorizar, as intervenções estão no terreno desde janeiro deste ano e estendem-se até 2020.

Turismo é aposta “estratégica e prioritária”

O vice-presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Vítor Antunes, destacou a hospitalidade das gentes locais e enalteceu o “esforço notável” que tem vindo a ser feito na divulgação dos produtos endógenos, em conjunto com as Aldeias do Xisto e o Geopark Naturtejo.

O autarca sublinhou que o turismo é “uma aposta estratégica e prioritária”, razão pela qual é importante encontrar mecanismos que promovam a reabilitação do território em geral e da aldeia de Álvaro em particular, viabilizando assim a atividade turística e o bem-estar das populações.

Os discursos foram precedidos por um concerto de piano a solo, por Helder Bruno, que apresentou a suite “A Presença, serena e terna”, lançada em março deste ano.

Um álbum que se assume como uma espécie de hino à “simplicidade”, mas que enfatiza também “as características que nos distinguem, aos humanos, de outros seres”, desvendou o músico.

O piano foi o objeto escolhido para fazer analogias, quer pelo autarca de Oleiros, quer pelo presidente da ADXTUR: tal como o piano precisa de todas as teclas para emitir o som perfeito, também as aldeias precisam de reunir condições para cumprirem a sua missão.

Ana Mendes Godinho partiu com algumas recordações na bagagem: um tropeço de cortiça, uma peça de cerâmica inspirada na água, a fazer lembrar os velhos cantis, e peças de artesanato feito a partir de pedras do rio.

Peixe do rio dá origem a conservas

O rio é, de resto, uma fonte de riqueza e de inspiração para novos produtos. Leonel Barata tem vindo a dedicar-se a um projeto centrado no aproveitamento do peixe.

Presunto de carpa, migas de barbo, ovas de sável ou achigã fumado são alguns dos produtos idealizados e que a partir do início do próximo ano podem estar nas nossas mesas. Para já, aguardam-se os resultados dos testes de laboratório que permitem perceber a validade de cada produto e, assim, a melhor forma de o comercializar.

A ideia é também conjugar estes com outros produtos da região, como o azeite, o vinho ou os legumes.

Leonel Barata quer também assegurar-se que a mensagem é bem transmitida e, por isso, atribui alguma importância à comunicação com o consumidor. Neste contexto, espera incutir uma vertente pedagógica ao projeto. “A cereja no topo do bolo era poder trazer o consumidor e dar-lhe a conhecer as origens do produto”, refere.

Na degustação que apresentou em Álvaro, o achigã foi o protagonista. Ovas, paté, no forno, grelhado e temperado de várias formas, cativou todos quantos quiseram provar.

Texto: Andreia Gonçalves

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