um novo futuro no coração da serra da lousã
No coração da Serra da Lousã, três pequenas aldeias de xisto voltam a ganhar vida. Silveira de Baixo, Silveira de Cima e Pé da Lomba são o palco do projeto "Silveira Tech Regeneration Village", uma iniciativa pioneira de recuperação rural que alia habitação sustentável, tecnologia, ecologia e vida comunitária.
Um projeto para a regeneração do interior
Depois da fundação da Cerdeira – Home for Creativity, em 2012, José Serra volta a apostar no coração da Serra da Lousã com um projeto ainda mais ambicioso. Investidor com larga experiência no apoio a startups tecnológicas, José lidera este novo desafio em conjunto com o genro, Manuel Vilhena — cofundadores da iniciativa. Juntos, propõem um novo modelo de regeneração ecológica, inovação rural e habitação sustentável. Um lugar onde se vive, se trabalha e se cuida da floresta.


Uma aldeia-laboratório com assinatura internacional
Com arquitetura assinada por Kengo Kuma, o renomado arquiteto japonês responsável por projetos icónicos como o Centro de Arte Moderna Gulbenkian, em Lisboa, ou a construção do Pavilhão de Portugal na Expo Mundial de Osaka, o plano inclui a construção de um hotel rural, 35 moradias sustentáveis, centro de retiros, restaurante, biblioteca, espaços de cowork, um centro de interpretação e ainda uma escola da floresta. A visão é criar uma mancha urbana nova, cuidadosamente integrada na paisagem.
Inicialmente previsto com estrutura em madeira, o projeto adaptou-se ao contexto de risco de incêndios da região, adotando técnicas de construção passiva e materiais que aumentam a resiliência dos edifícios.
Uma comunidade temporária com raízes
O objetivo não é atrair visitantes ocasionais. A Silveira Tech quer receber empreendedores, nómadas digitais, cientistas e investigadores que escolham viver nas aldeias por temporadas que vão de duas semanas a nove meses. Trata-se de uma comunidade temporária, mas envolvida, que participa na vida local e nas ações de regeneração.
"Podem trabalhar nos seus projetos durante o dia e, ao fim da tarde, ajudar a plantar árvores, limpar zonas de mato ou propor novas ações regenerativas", explica Manuel Vilhena. A reconexão com a natureza é um dos pilares do projeto.
Esta ligação direta ao lugar e aos seus ciclos pretende gerar não apenas impacto ambiental, mas também laços duradouros entre pessoas e território. A ambição passa por cultivar um ecossistema humano resiliente, onde trabalho, descanso e regeneração coexistem num ritmo mais alinhado com a natureza.


Uma paisagem regenerada
Desde 2023, a equipa de regeneração já redesenhou 15 hectares, convertendo monoculturas de pinheiro e eucalipto num mosaico biodiverso. São socalcos recuperados, sistemas de irrigação instalados e uma agrofloresta em expansão com viveiro de espécies autóctones como carvalhos, sobreiros, ulmeiros, medronheiros, lavândulas e rosmaninho.
A área experimental "R1" funciona como um pequeno laboratório vivo onde se testam soluções ecológicas: composição do solo, retenção de água, variedades arbóreas. O que resultar aqui será replicado nos restantes hectares.
Escala, resiliência e valor económico
Com mais de 800 parcelas adquiridas, a Silveira Tech já detém 85% da área do projeto. A meta é aumentar a escala de gestão do território com uma abordagem multidisciplinar, criar paisagens resilientes e provar que a regeneração florestal éeconomicamente viável e sustentável.
Numa região vulnerável a incêndios, a equipa investiu na reabilitação de um tanque inacabado, transformando-o numa reserva estratégica para combate a fogos e rega da agrofloresta.

Um horizonte: 2028
A primeira fase de construção está prevista para 2028. Até lá, o projeto continua a consolidar uma nova visão para o interior: criar um ecossistema vivo, onde habitar, produzir, investigar e regenerar coexistem. É um convite para pensar o futuro das florestas, da habitação no interior e da vida comunitária. Silveira Tech Regeneration Village: transformar uma aldeia em floresta, e uma floresta em futuro.























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