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Turismo e Sustentabilidade

Pedro Manuel Monteiro Machado, 01 set 2015
Em 2014 o Dia Mundial do Turismo foi assinalado pela Organização Mundial do Turismo, dando destaque ao tema “Turismo e Desenvolvimento Comunitário”. Nada mais atual e pertinente, face à atual conjuntura económica e social a que se assiste, em Portugal e no Mundo.

O “Turismo” capacita as pessoas, proporciona-lhes habilidades e as competências para mudar e ajudar na mudança da comunidade onde se integram. O nosso país está cheio de bons exemplos desta mudança, em que projetos sustentáveis do sector do turismo, permitiram mudanças positivas e significativas em diferentes comunidades. 

Projetos turísticos de qualidade, qualificam os destinos e, consequentemente, as populações locais. Um destino recebe visitantes, pessoas de outros locais, com outras culturas. A movimentação dos turistas, que viajam para visitar e conhecer diferentes destinos, que utilizam os serviços e produtos produzidos localmente, é geradora de valor e potencia a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Posto isto, é pois, importante pensar na sustentabilidade dos destinos, onde o turista se saiba integrar, respeitando as suas características distintivas e diferenciadoras, respeitando a sua cultura. É igualmente fulcral garantir que o valor gerado pelo turismo, numa comunidade, seja canalizado e utilizado pelas populações locais para a melhoria das suas condições de vida, e para a capacitação do turismo.

A sustentabilidade dos destinos promove-se conhecendo e respeitando profundamente as suas mais intrínsecas e antigas tradições. Nelas se constrói a memória de um povo. Nelas se sustenta o presente. Nelas se projeta o futuro. 
E é com base neste entendimento (e reconhecimento) que se projeta e pensa o projeto “Agricultura Lusitana”, onde se desafia o olhar sobre o já existente, procurando perpetuar-se a sua funcionalidade.  
Isto faz-se envolvendo comunidades inteiras, respeitando-se as naturais e desejadas diferenças de perspetiva, enaltecendo-se as “diferenças”, procurando-se uma visão comum, que abrace com orgulho o trabalho do “todo” integrador de todas as “partes”.

Tudo isto é gerador de uma enorme riqueza, económica, pedagógica, sociológica e cultural. E é com projetos desta natureza, integradores e conciliadores, que se promove a reestruturação e o equilíbrio nos territórios. E é desta forma, que se perpetua o “saber ser” e o “saber fazer”, a autenticidade de um povo e a sua identidade coletiva.