O uruguaio Mauricio Moreira (Sabgal-Anicolor) conquistou a Clássica Aldeias do Xisto, graças a um ataque, quase a 60 quilómetros da meta, que lhe valeu o triunfo em solitário numa corrida de 152 quilómetros, disputada entre Figueira, em Proença-a-Nova, e Sarzedas, Castelo Branco. Veja o vídeo AQUI.
Numa das edições menos montanhosas desta Clássica, foi um grupo com alguns dos principais trepadores do pelotão nacional que se juntou em fuga ao quilómetro 24: Afonso Eulálio (ABTF Betão-Feirense), Samuel Blanco (AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense), Luís Fernandes (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), Henrique Casimiro (Efapel Cycling), Frederico Figueiredo e Duarte Domingues (Sabgal-Anicolor).
O pelotão, constituído por 16 equipas e 106 corredores, manteve o grupo, durante muitos quilómetros, a menos de um minuto. No entanto, a força dos escapados acabaria por dar-lhes uma renda que, na primeira das três contagens de montanha, rondava os 2m30s. A perseguição cabia a duas equipas que foram surpreendidas e não conseguiram integrar a fuga: Rádio Popular-Paredes-Boavista e Aviludo-Louletano-Loulé Concelho.
Na segunda contagem de montanha, em Casal Novo, a cerca de 60 quilómetros da meta, o pelotão aproximou-se muito do sexteto em fuga, havendo cinco homens que fizeram a “ponte” para a cabeça de corrida. Entre eles estava Mauricio Moreira, que não esperou muito.
O uruguaio atacou e já passou no alto da montanha com 30 segundos de vantagem sobre os perseguidores e 1m05s relativamente ao pelotão. A partir daí foi incrementando a vantagem para cortar a meta em solitário. Seguiu-se outro homem que fez a “ponte” para a frente da corrida, Emanuel Duarte (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), a 2m12s. Frederico Figueiredo, um dos fugitivos iniciais, foi terceiro, a 2m16s.
Mauricio Moreira triunfou também na classificação da montanha e a Sabgal-Anicolor fez o pleno, conquistando a classificação coletiva.
Esta foi a primeira corrida que Mauricio Moreira terminou nesta temporada e a segunda em que participou, depois de uma lesão no joelho que lhe condicionou o início da época. “Este é um momento de viragem para mim e para a equipa. Apesar da lesão, logo que tive autorização do médico, trabalhei como nunca antes. Foi um trabalho solitário, procurando apurar ao máximo a forma, mesmo em dias de intempérie. Hoje o resultado reflete todo esse esforço, embora tenha sido muito duro. Depois de atacar, parecia que os quilómetros nunca mais passavam”, descreve o atleta.
Um testemunho que comprova as palavras do coordenador da ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto. "Esta é uma prova de superação e resistência, algo que marca muito a história deste território", considerou Bruno Ramos.
A corrida, que decorreu a 7 de abril, provocou a alteração dos comandantes da Taça de Portugal, tanto na categoria de elite como na de sub-23. O oitavo lugar na prova de hoje permitiu a Fábio Costa (ABTF Betão-Feirense) desalojar Francisco Campos (AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense) do topo da geral.
Entre os sub-23, o melhor na Clássica Aldeias do Xisto foi Alexandre Montez (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car), seguido por Diogo Pinto (Óbidos Cycling Team) e pelo comandante à partida, Duarte Domingues (Sabgal-Anicolor). Com esta vitória, Montez passou para a frente, embora com os mesmos 200 pontos de Domingues.