ALDEIAS

Aigra Velha

serra da lousã
Serra da LousãAigra Velha
Aigra Velha
aigra velha, góis
Uma aldeia de topo. Aqui tudo é simples, feito segundo o padrão da natureza que nos envolve.

Aigra Velha é a Aldeia do Xisto que se encontra a maior altitude (770m). Próxima dos cumes da Serra da Lousã, mas com fácil acesso, é um pequeno aglomerado, de largos horizontes. A envolvente paisagística da aldeia faz toda a diferença. Aqui tudo é simples, feito segundo o padrão da natureza que nos envolve.

Implantada numa cumeada da serra, Aigra Velha é circundada por alguns terrenos agrícolas e uma vasta área de pastoreio. Se, por um lado, avista a Serra da Estrela, a Este dá para os colossais Penedos de Góis.

O conjunto das construções organizaram-se num arranjo defensivo contra as intempéries meteorológicas, os intrusos e animais selvagens como os lobos, permitindo comunicação e circulação entre os diferentes espaços, mas mantendo a privacidade de cada família.

Aqui poderá ouvir as histórias antigas de caravanas de comerciantes que vagueavam pela serra e paravam para pernoitar. À noite havia lobos, o que levou os habitantes a cortar a única rua da aldeia e a fazer ligações internas entre as casas. Estas paredes de xisto, rodeadas de pastagens verdes, são o abrigo antes de partir à descoberta do Parque Florestal da Oitava e da Ribeira da Pena.

  • território

    Aigra Velha fica a 14 km de Góis. É servida pela EN342 (passando por Comareira e Aigra Nova), da qual dista 6 km, e pela EN2 (passando por Pena), da qual dista 7 km, dois dos quais num troço em terra batida, transitável com as devidas precauções de condução.

    Esta aldeia está implantada numa cumeada da serra, sendo circundada por alguns terrenos agrícolas e uma vasta área de pastoreio. Aigra Velha avista a Serra da Estrela e, em frente, a Este, vê elevarem-se os colossais Penedos de Góis.

    Penedos de Góis:

    ... massa eriçada e penhascosa, que, por ser visível de muito longe, constitui um dos traços fisionómicos mais salientes de algumas paisagens da Beira."
    Raúl Proença (ND, c. 1940) "Estradas de Portugal - Estradas da Beira Meridional"

  • natureza

    Aigra Velha está incluída no Sítio de Importância Comunitária Serra da Lousã, da Rede Natura 2000. No extremo norte da aldeia, existe um castanheiro (Castanea sativa) monumental e secular. Também de dimensões notáveis, um Sanguinho-de-água (Frangula alnus) esconde-se entre a restante vegetação da linha de água.

    Um grupo de bétulas com o seu característico tronco branco, embeleza o espaço envolvente ao tanque e os azereiros espalham-se ao longo da linha de água que, da aldeia, se dirige para os lados dos Penedos de Góis, onde desagua na Ribeira da Pena. Os veados visitam quase todas as noites as imediações da aldeia.

    Sem nome nos livros ou nos mapas, a pequena ribeira que atravessa a aldeia recebe as águas das chuvas que lavam a aldeia. Foi para lá que sempre correu o sangue, o suor e as lágrimas de todos os que ali habitaram. As suas águas correm por entre um grande número de azereiros. Lá no fundo do vale encontram a Ribeira da Pena que procura o Ceira. O Mondego dilui no Atlântico a sua existência.

    Do património natural riquíssimo que envolve estas aldeias destacam-se os penedos de Góis, ex-libris da região, e o parque florestal da oitava, habitat de aves em vias de extinção e de mamíferos, como os veados e corços, que dificilmente se encontram noutras zonas do país.

  • história e estórias

    A povoação já existia no século XVI. Aigra é topónimo algo comum em Portugal. Originário do termo clássico latino ager que evoluiu para agra que tem como significado “campo” ou “quinta”.  VITERBO (1798) também nos aponta a possibilidade de acra ou acrus que significa uma certa porção de terreno que os servos ou escravos deviam cultivar.

    No “Cadastro da população do Reino (1527)” consta no termo da villa de Goys a existência da então denominada hegra cemejra onde vivia um morador. O nome de Aigra Velha terá surgido após uma designação como aigra cimeira respeitante a quinta ou a um novo campo de cultivo que foi instalado em altitude superior, quando comparado com a existência de outra aigra (Aigra Nova).

    As primeiras formas de povoamento que se conhecem no concelho de Góis datam do período neolítico ou bronze I, como testemunham os diversos vestígios e achados arqueológicos (machados de pedra e metálicos, objetos de adorno, moedas, arte rupestre – pedra letreira), encontrados a norte deste território. A origem destes núcleos verificou-se durante o período do ferro, com a formação de pequenas povoações nas encostas e nos topos das colinas, sendo algumas delas posteriormente abandonadas durante a idade média.

    Fazendo face à dificuldade sentida de atravessamento da região, conta-se que teria existido uma estrada "romana" ou "medieval", cujo trajeto seria feito nomeadamente pela Aigra Velha e pela Pena, fazendo parte da rota de mercadorias que se estenderia de Lisboa até ao Norte, tendo como produtos de troca para Norte o sal, especiarias e tecidos. Desta forma, a Aigra Velha desempenharia um papel ativo na prossecução ritual desse circuito, vendo desenvolver-se a economia tradicionalmente ligada à agricultura e pastorícia.

    Ao vencer a subida até Aigra Nova, encontramos ainda um bloco de construções integrado na aldeia que aparenta relativa historicidade pelo caráter da construção, bem como pelo grau de destruição, e que marca o início da comunidade da Aigra Velha.

    A origem do nome
    O nome Aigra Velha terá surgido após uma designação como aigra cimeira respeitante a quinta ou a um campo de cultivo que foi instalado em altitude superior, quando comparado com a existência de outra aigra (Aigra Nova).

  • património

    O conjunto das construções, sendo pequeno, tem uma malha urbana complexa, em virtude das relações familiares e comunitárias que se estabeleceram entre os diversos proprietários. As construções, apenas de nível térreo, organizaram-se num arranjo defensivo contra as intempéries meteorológicas, os intrusos e os animais selvagens (lobos), permitindo comunicação e circulação entre os diferentes espaços, mas mantendo a privacidade de cada família. Encontramos semelhante organização no núcleo primitivo da Aldeia do Xisto de Figueira (Proença-a-Nova).

    Cada cozinha tinha um esconderijo, entre a cozinha e os currais, que servia para esconder alimentos considerados excedentes pelos fiscais do Estado Novo, que vinham às aldeias do interior confiscar os seus mantimentos. Cada casa tinha uma gateira, um buraco na parede para a passagem dos gatos. Estes animais eram muito estimados, pois serviam para liquidar os roedores que se alimentavam de cereais e, dentro dos armários, do vestuário das pessoas. Havia também, em cada cozinha, um caniço, estrutura localizada acima da lareira/fogão que servia para fumar as castanhas no Outono, conservando-as durante o Inverno.

    À medida que nos afastamos da aldeia, podemos ver os terrenos praticamente sem vegetação. Só aqui é possível ver isto. São terrenos de pastagem que são no Verão queimados para rebentar vegetação nova. Há algumas décadas, a Serra estava toda assim e os aldeões tinham que caminhar muito para conseguir arranjar lenha.

    O material de construção predominante é o xisto, acompanhado por escassos elementos de quartzito. Esta pequena aldeia forma um conjunto que também integra - numa relação de proximidade e de funcionalidade - as outras três Aldeias do Xisto do concelho de Góis: Aigra Nova, Pena e Comareira.

    A aldeia apenas é dotada dos equipamentos mínimos, alguns no espaço público, outros privados.

    Merecem destaque:

    • Forno e alambique da Família Claro
      Equipamentos particulares, pertencentes à família Claro, utilizados para a confecção de produtos (pão e aguardente de mel) de consumo próprio. Ambos os equipamentos foram restaurados ao abrigo do Projecto ECO-ARQ.
    • Tanque
      Aqui armazena-se a prevenção contra um eventual incêndio.
    • Fonte
      No início da Quelha da Bica uma fonte canta, permanentemente, notas de água fresca que flui para o encontro, lá em baixo no fundo vale, com a Ribeira de Pena.
  • festividades
    • Janeiro: Cantar as janeiras
    • Fevereiro: Entrudo tradicional nas Aldeias do Xisto de Góis
    • Julho: Encontro dos povos serranos (Santo António da Neve)
  • produtos
    • Castanhas
    • Cabritos
    • Queijo de cabra
    • Aguardente de mel
    • Broa cozida em forno de lenha
  • como chegar

    De Norte e Sul
    Na A1 sair em Coimbra. Tome a N17 e saia na N342 no sentido da Lousã. Continue em direcção a Góis até encontrar as placas indicativas (à direita) das quatro Aldeias do Xisto.

    De Espanha
    Na A23 sair em direção a Fundão-Sul. No Fundão seguir pela N238 em direção a Silavres. Siga em frente até ao Orvalho. Aí tome a direção de Pampilhosa da Serra. Apanhe a N2 no sentido de Góis. Continue pela N342 até encontrar (à esquerda) as placas indicativas das quatro Aldeias do Xisto.

  • padroeiro
    santo antónio
  • ex libris
    forno e alambique da família claro

explorar

restauração
Sabores da Aldeia
Sabores da Aldeia
alojamento
Casa do Neveiro
Casa do Neveiro
Góis
alojamento
Casa da Cerejinha
Casa da Cerejinha
Góis
alojamento
Casa de Campo da Comareira
Casa de Campo da Comareira
Comareira
alojamento
Cerdeira - Home for Creativity - HOSTEL
Cerdeira - Home for Creativity - HOSTEL
Lousã
alojamento
Cerdeira - Home for Creativity
Cerdeira - Home for Creativity
Lousã
alojamento
Casa das Bugalhas
Casa das Bugalhas
Candal
alojamento
Casa do Talasnal
Casa do Talasnal
Talasnal
alojamento
Hostel Casa do Caminheiro
Hostel Casa do Caminheiro
Talasnal
alojamento
Casa da Urze
Casa da Urze
Talasnal
alojamento
Casa Princesa Peralta
Casa Princesa Peralta
Talasnal
alojamento
Casa Lausus
Casa Lausus
Talasnal
alojamento
Casa dos Amigos
Casa dos Amigos
Casal Novo
alojamento
Sotam Country House
Sotam Country House
Vila Nova do Ceira
alojamento
Casas do Sinhel
Casas do Sinhel
Relva da Mó
alojamento
Casa da Ribeira Guesthouse
Casa da Ribeira Guesthouse
Alvares
alojamento
A Casa da Natália
A Casa da Natália
Góis
alojamento
Casas do Couratão
Casas do Couratão
Pessegueiro
aldeia
Pena
Pena
percurso
Estrada Panorâmica: Pena - Fajão
Estrada Panorâmica: Pena - Fajão
aldeia
Aigra Nova
Aigra Nova
associações
Lousitânea - Liga de Amigos da Serra da Lousã
Lousitânea - Liga de Amigos da Serra da Lousã
Aigra Nova, Góis
percurso
PR 1 GOI - Caminho Aldeias de Góis  Rota das Tradições do Xisto
PR 1 GOI - Caminho Aldeias de Góis Rota das Tradições do Xisto
percurso
PR 9 GOI - Caminho do Xisto das Aldeias de Góis – Trilho do Baile
PR 9 GOI - Caminho do Xisto das Aldeias de Góis – Trilho do Baile
aldeia
Comareira
Comareira
percurso
PR9 LSA - Mata do Sobral
PR9 LSA - Mata do Sobral
associações
Escola Artes e Ofícios da Cerdeira
Escola Artes e Ofícios da Cerdeira
Cerdeira, Lousã
aldeia
Cerdeira
Cerdeira
produtores
Planta do Xisto
Planta do Xisto
Cerdeira
património
Santo António da Neve
Santo António da Neve
associações
ACMC - Associação de Convívio e Melhoramentos do Candal
ACMC - Associação de Convívio e Melhoramentos do Candal
Candal
percurso
PR4 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Rota do Trevim
PR4 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Rota do Trevim
aldeia
Candal
Candal
institucional
Junta de Freguesia de Góis
Junta de Freguesia de Góis
Góis
institucional
Câmara Municipal de Góis
Câmara Municipal de Góis
Góis
aldeia
Talasnal
Talasnal
percurso
PR10 LSA - Da Senhora da Graça à Epigenia do Ceira
PR10 LSA - Da Senhora da Graça à Epigenia do Ceira
percurso
PR3 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Rota da Levada
PR3 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Rota da Levada
património
Castelo da Lousã
Castelo da Lousã
percurso
PR2 Lousã - Rota das Aldeias do Xisto da Lousã
PR2 Lousã - Rota das Aldeias do Xisto da Lousã
Casa Princesa Peralta
percurso
PR5 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Rota dos Serranos
PR5 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Rota dos Serranos
Casa Princesa Peralta
experiências
Escapadinha de E-Bike nas Aldeias do Xisto
Escapadinha de E-Bike nas Aldeias do Xisto
aldeia
Chiqueiro
Chiqueiro
aldeia
Casal Novo
Casal Novo
percurso
Subida Épica: Lousã - Trevim
Subida Épica: Lousã - Trevim
Casa Princesa Peralta
associações
Activar - Associação de Cooperação da Lousã
Activar - Associação de Cooperação da Lousã
Lousã
associações
ARCIL - Associação para Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã
ARCIL - Associação para Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã
Lousã
associações
Montanha Clube
Montanha Clube
Lousã
associações
Conselho Directivo dos Baldios da Lousã
Conselho Directivo dos Baldios da Lousã
Lousã
institucional
Junta de Freguesia da Lousã e Vilarinho
Junta de Freguesia da Lousã e Vilarinho
Lousã
produtores
Lousãmel
Lousãmel
Lousã
associações
ASPA Slackline
ASPA Slackline
percurso
PR 1 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Rota dos Moinhos
PR 1 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Rota dos Moinhos
Casa Princesa Peralta
institucional
Câmara Municipal da Lousã
Câmara Municipal da Lousã
Lousã
percurso
PR7 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - À Descoberta da Floresta
PR7 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - À Descoberta da Floresta
percurso
PR6 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Trilho dos Moleiros
PR6 LSA - Caminho do Xisto da Lousã - Trilho dos Moleiros
Casa Princesa Peralta

próximos eventos

evento
Exposição Habitar o Interior
Exposição Habitar o Interior
13 set 2024 - 13 out 2024
Proença-a-Nova
evento
Talasnal ao Luar
Talasnal ao Luar
20 set 2024 - 13 dez 2024, 20:30
Talasnal
evento
XX Festa da Castanha
XX Festa da Castanha
12 out 2024 - 13 out 2024, 21:00
Aldeia das Dez