Monstros sagrados e nomes emergentes

Ao longo da sua existência, dezenas de concertos, residências artísticas e quatro álbuns editados, o XJAZZ já se afirmou como um dos momentos musicais mais marcantes do ano. Ao longo destas edições foram vários os “monstros sagrados” do jazz mundial que passaram pelas Aldeias do Xisto, como Bill Frisel, Evan Parker, Hamid Drake e William Parker, Joëlle Léandre, Paolo Angeli, entre outros. Um panteão, onde também brilham nomes emergentes, que vai continuar a crescer, afirmando as Aldeias do Xisto como um espaço de cultura, de criação e de inspiração aberto ao mundo.

• Reportagem Paolo Angeli
• Reportagem Pedro Melo Alves
• Reportagem Vânia Couto e Maria Villanueva

Edição de álbuns

No âmbito das residências artísticas do XJazz foram editados quatro discos. Em 2014, o quinteto constituído por Marcelo dos Reis, Angélica Salvi, Nuno Torres, Miguel Carvalhais e João Pais Filipe gravou “Xisto”. No final do mesmo ano é lançado “Guitolão”, de Carlos Barretto e António Eustáquio. Ambos os trabalhos resultam de residências artísticas desenvolvidas na Aldeia do Xisto de Cerdeira, na Lousã. Em 2015, os Slow is Possible lançam o disco homónimo, gravado na Aldeia do Xisto de Fajão, Pampilhosa da Serra. Já em 2021, chega o disco “Fonte Grande”, de María Villanueva, Vânia Couto, Yoshida Carvalho, Lucas de Centi e Sandra Pérez, gravado no Fundão, no contexto da residência realizada na Aldeia do Xisto da Barroca, no verão de 2019. Sonoridades diferentes, mas com pontos em comum: criatividade, autenticidade e partilha.

Programação artística rica e diversa

Ano após ano, o XJAZZ apresenta uma programação artística rica e diversa que, embora centrada no jazz, contempla outros géneros musicais e abarca também as questões de “ecologia sonora”. Com um programa artístico verdadeiramente enraizado no contexto e cultura dos lugares, os Encontros ancoram-se profundamente no contexto dos lugares, beneficiando do seu contexto social e ambiental para momentos únicos de criação, fruição e partilha.

Residências artísticas - Dar e receber

A concretização de um projeto com a natureza e alcance do XJAZZ, num território com as características das Aldeias do Xisto, implica a proximidade e o envolvimento dos habitantes, dos agentes económicos e culturais locais. A imersão em residências artísticas e a apresentação pública do trabalho que daí resulta assume um duplo papel. Se, por um lado, desenvolve nos músicos sentimentos de pertença e de identificação local, que contribuem para o processo criativo, por outro, aproxima e envolve a comunidade que os acolhe e que vê parte da sua identidade refletida nas criações e espetáculos. No final, o objetivo é sempre o mesmo: valorizar pessoas e lugares, e abrir as aldeias a novos públicos.