Depois de descer a Serra da Estrela em agitado percurso, o Zêzere, já mais sereno, passa por Belmonte e Covilhã. Daqui, e quase até desaguar no Tejo, em Constânica, depois de um percurso de cerca de 248 Km, é alimentado, de ambas as margens pelo mar de montanhas que enquadra as Aldeias do Xisto.
Depois do Mondego, é o segundo maior rio exclusivamente português. Próximo de Cambas (Oleiros), entre as aldeias de Janeiro de Cima e Álvaro, o Zêzere deixa de ser rio e passa à calmaria de albufeira (Barragem do Cabril), onde as suas águas repousam antes de continuarem viagem.
É neste troço que o encontramos nas curvas e contracurvas que o Geopark Naturtejo da Meseta Meridional designou por "Meandros do Zêzere". Se não corresse num vale tão sinuoso e encaixado daqui até Constância, ver-se-ia que o conjunto das albufeiras das três barragens (Cabril, Bouça e Castelo do Bode) formam um imenso lago artificial, com mais de 5.800 hectares. Mais do que separar, o Zêzere é o denominador comum da identidade das seis Aldeias do Xisto que estão na sua bacia hidrográfica.
A sua importância no quadro da hidrografia do País, a diversidade e qualidade dos habitats que cria e atravessa e os valores patrimoniais que encontramos na sua envolvente, justificam o estabelecimento da Grande Rota que em breve terá o seu nome.